Atualmente, chegam ao mercado inúmeras empresas de tecnologia para atender diferentes áreas. No momento, as atenções estão voltadas para as Legaltechs, startups que aliam tecnologia e informação jurídica para criar produtos e serviços legais.
Os mecanismos que definiram o papel das Legaltech no cenário jurídico
O termo Legaltech refere-se a empresas que desenvolvem soluções focadas no mercado de serviços jurídicos. Esses modelos de negócios, também conhecido por startups, nascem com o objetivo de criar produtos e serviços inovadores para a área jurídica. A proposta da maioria dessas empresas é conectar pessoas ao direito e mudar a forma de trabalho do poder judiciário e facilitar a vida dos profissionais que atuam no segmento.
A automação legal surgiu nos Estados Unidos no início de 2000. Os primeiros serviços digitais oferecidos foram contratos inteligentes, aconselhamento jurídico e documentos legais. O objetivo dessas empresas era oferecer soluções simplificadas para indivíduos ou pequenas empresas sem habilidades para lidar com a complexidade de questões legais, mas que também não estavam dispostos necessariamente a buscar um profissional.
No entanto, o fenômeno da automação legal cresceu de forma expressiva não somente nos Estados Unidos, como ganhou força na Europa e, tem chamado a atenção pela sua rápida expansão no Brasil. No entanto, o conteúdo oferecido por essas empresas não se limita mais ao cidadão comum, mas a empresas de todos os portes e, até mesmo, os profissionais que atuam na área jurídica. No Brasil, o crescimento das Legaltechs tem sido impulsionado pela rápida expansão das startups que atuam no setor. O segmento já tem inclusive uma entidade representativa, a AB2L – Associação Brasileira de Lawtechs & Legaltechs.
Como atuam as startups da área jurídica?
Analisadas sob as mais variadas perspectivas, as Legaltechs são vistas por alguns como uma oportunidade para advogados e, por outros, como uma ameaça. A automação legal tem criado serviços cada vez mais sofisticados no que tange à tecnologia, mas de fácil acesso para atender desde o cidadão comum aos escritórios e companhias de advogados.
As startups investem em plataformas inteligentes, softwares e aplicativos. O acesso a serviços jurídicos sempre foi visto pela maioria dos cidadãos como algo complexo e de alto custo. O objetivo das Legaltechs é exatamente este: criar conteúdo e serviços de qualidade e torná-los mais eficientes e acessíveis. Há um crescimento significativo em todo o mundo, principalmente no Brasil, de investimentos em tecnologia legal, o que faz com que Legaltechs formatem um novo cenário para a evolução e abertura de novas startups e do próprio mercado jurídico.
As startups, muitas em plena aceleração, não propõem somente a conexão de suas plataformas com o cidadão e/ou empresários, mas sim uma nova interação com os próprios profissionais de direito. As Legaltechs têm contribuído na melhoria e gestão de serviços advocatícios, automatização de tribunais, entre outras lacunas que ao longo do tempo a área jurídica, em grande parte por seu conservadorismo, deixou de preencher.
O que essas startups têm em comum:
- Geram eficiência às interações jurídicas por meio de plataformas inteligentes, aplicativos e softwares.
- O impacto dessas Legaltechs tem reflexo direto no modo como as pessoas passam a se conectar com o Direito.
- O foco principal é modernizar e facilitar o acesso dos serviços jurídicos às pessoas físicas e empresas.
- O objetivo é gerar respostas rápidas e eficientes para as diferentes áreas da esfera legal.
- O princípio da maioria das Legaltechs é empregar a inovação tecnológica com o objetivo de tornar os procedimentos jurídicos mais dinâmicos e acessíveis.
Tecnologia e informação específica para criar soluções
Ao unir tecnologia e informação específica, cada Legaltech se especializa em alguma área relevante do Direito, alocando seus esforços para a criação de serviços que tornem mais dinâmicos os procedimentos jurídicos. Algumas oferecem acesso a softwares online que, em alguns casos, substituem a figura de um advogado. Outras plataformas conectam as pessoas físicas e jurídicas com advogados.
A atuação destas startups é ampla e cada uma estabelece seu foco em algum nicho da complexa esfera jurídica. Confira algumas áreas de atuação destas empresas:
– A automação e gestão de documentos legais.
– Gestão de departamentos jurídicos e escritórios.
– Bases de dados para pesquisas jurídicas.
– Plataformas de conexão entre clientes e advogados.
– Ferramentas para a realização de atividades jurídicas sem o intermédio de advogados.
– e-Discovery – localização de dados eletrônicos com a intenção de utilizá-los como provas.
– Intermediação de acordos entre empresas e consumidores.
– Mineração de dados públicos.
Quais as mudanças que estas startups oferecem?
As Legaltech estão transformando o exercício da advocacia, à medida que desenvolvem tecnologia em busca de soluções práticas, simples e que visam maior produtividade. O público destas empresas também é cada vez mais abrangente, incluindo pessoas físicas, empresas, escritórios de advocacia, companhias jurídicas ou mesmo departamentos jurídicos.
As Legaltechs impactam diretamente as interações jurídicas e estimulam todos os atores deste processo a repensar o setor e as mudanças que se apresentam. O que motiva hoje o surgimento vertiginoso das Legaltechs é a necessidade em dar respostas rápidas e eficazes a um público cada vez mais exigente.
No futuro, o motivador poderá ser outro, como a própria necessidade dos profissionais de direito de se integrar e se apoderar deste processo de transformação. É importante observar que essas startups não representam uma “revolução jurídica”. Reinvenção, talvez, seria o termo mais adequado quando se busca a modernização de competências já estabelecidas.
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